Adolescentes que sentem cólica devem se preocupar com a endometriose?

Devem sim. Especialmente que tem cólicas mais fortes e que piora ao longo do tempo. Estudo americano do grupo de Harvard mostrou que a endometriose foi confirmada por laparoscopia em 75% das adolescentes (até 19 anos) com dor pélvica resistente ao tratamento e em 70% das meninas com cólicas fortes.

Como o principal sintoma da endometriose é a cólica menstrual, a mulher fica na dúvida se tem ou não a doença, pois essa cólica está presente na maioria das mulheres que menstruam. Entretanto, na presença da endometriose a cólica tende a ser bem intensa. Quando perguntamos qual a intensidade da dor numa escala de 0 a 10, a portadora de endometriose normalmente dá uma nota acima de sete. A cólica “normal”, se é que sentir dor possa ser considerada normal, não costuma passar da nota 5. Além disso, a portadora usa remédio sempre ou quase sempre no período menstrual e muitas vezes a dor não é aliviada totalmente. Já na cólica “normal”, a mulher usa remédio de vez em quando e a melhora costuma ser total. Outra diferença é que a cólica menstrual da endometriose é progressiva, ou seja, ela surge cedo, logo após a primeira menstruação, e vai piorando ao longo dos anos e não fica da mesma intensidade, como costuma ocorrer na cólica “normal”.

Na prática, a pílula contraceptiva de uso contínuo deve ser prescrita quando a adolescente começa a ter cólicas fortes, primeiro sinal sugestivo de endometriose. O bloqueio da menstruação ainda é o método mais eficaz de evitar a progressão da doença uma vez que o diagnóstico foi feito ou suspeitado.

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