A adenomiose consiste na penetração do endométrio (que normalmente recobre o útero por dentro) no próprio músculo do útero. Isso causa aumento do volume uterino e dificuldade na contração do órgão. Ocorre uma inflamação crônica no músculo uterino, que costuma levar a um sangramento aumentado durante a menstruação (pode causar anemia) e cólicas intensas.
Porém, o impacto na fertilidade pode ser substancial. A inflamação causada pela adenomiose pode causar infertilidade, especialmente por dificultar a implantação do embrião no endométrio normal (que recobre o interior do útero).
Além disso, a doença pode causar contrações uterinas (peristalse) anormais, muitas vezes irregulares e na direção errada, o que pode atrapalhar todo o processo normal da implantação.
O tratamento inicial com hormônios pode ser tentado. Porém, eles nem sempre são suficientes para o controle da doença, especialmente quando existe distorção (abaulamento) da cavidade uterina pela adenomiose.
Em mulheres com abortamentos repetidos (gravidez espontânea ou com a fertilização em vitro) e que falharam com o tratamento medicamentoso, a cirurgia passa a ser uma excelente opção. A ressecção da adenomiose é tecnicamente trabalhosa e a cirurgia robótica vem sendo muito útil, pois permite uma visão 3D, maior precisão nos movimentos e uma excelente qualidade de sutura, necessária para a cicatrização adequada do músculo do útero.