Diferente da endometriose, que é definida pela presença do endométrio fora do útero, na ADENOMIOSE, o endométrio penetra no músculo do útero. Na adenomiose a mulher queixa-se de muito fluxo menstrual e de cólicas. Devido a inflamação no útero, a doença pode dificultar a gravidez, especialmente dificultando a implantação do embrião. A mulher pode referir perdas gestacionais repetidas (abortamento de repetição).
O diagnóstico da adenomiose pode ser feito pela ultrassonografia ou pela ressonância magnética. O tratamento hormonal funciona apenas parcialmente – com o uso do DIU que libera hormônio (Mirena) e com os agonistas do GnRH (como o Zoladex e o Lupron). Esses tratamentos visam minimizar os sintomas e também facilitar a implantação do embrião (especialmente nos casos de fertilização in vitro). Porém, a paciente pode não obter gravidez mesmo com tratamento hormonal e fertilização in vitro. Nesses casos, especialmente nos mais extensos, a cirurgia com a ressecção da adenomiose pode fornecer bons resultados. Ideal realizar a cirurgia minimamente invasiva e a cirurgia robótica se destaca pela precisão e qualidade da sutura.
Os resultados da cirurgia tem sido bons. Várias pacientes que querem engravidar têm obtido sucesso (tanto na natural quanto na fertilização assistida) após a cirurgia para retirada da adenomiose e do adenomioma – especialmente nos casos em que existe distorção da cavidade uterina. A taxa de aborto diminui e as chances de gravidez aumentam. Lembrar que essas pacientes com adenomiose grave muitas vezes tiveram indicação de histerectomia e já tentaram tratamento hormonal sem sucesso. Com o avanço da cirurgia, especialmente a robótica, hoje conseguimos manter o útero mesmo em casos extensos de adenomiose.