Alguns profissionais valorizam mais o quanto de endometriose a paciente tem e não se preocupam tanto, de uma forma mais global e ampla, da mulher que tem a endometriose.
É fundamental que o médico avalie de forma mais universal os problemas da mulher que tem a doença. Deve reconhecer e valorizar seus receios e suas angústias e propor o tratamento de acordo com as expectativas da mulher.
Não adianta muito tratar o endometrioma de ovário de uma mulher que deseja engravidar retirando todo ou praticamente todo o ovário. Retirar completamente a endometriose nesse caso (removendo ovário da paciente) não é o que a paciente está buscando naquele momento.
Quando a preocupação é so com o foco da endometriose , a paciente pode se beneficiar por uma lado, mas por outro lado pode também ter problemas tão sérios ou ate mais sérios que a própria doença. Por exemplo, quando o foco de endometriose atinge os nervos (de ambos os lados) que vão para a bexiga, a retirada completa da doença – que na maioria das vezes é o indicado – pode nesse caso fazer com que a paciente não consiga mais urinar sem o auxilio de um cateter vesical. O cirurgião deve ter uma visão mais global e humanizada da mulher. Quem trata endometriose deve sempre pensar mais na mulher que tem endometriose do que na endometriose que a paciente tem.