A dança como estratégia de enfrentamento da endometriose

A dança como estratégia de enfrentamento da endometriose

A dança como estratégia de enfrentamento da endometriose

Sabe aquela velha máxima de que “quem canta seus males espanta”? Aplica-se também à dança, principalmente quando o assunto é endometriose.

Cerca de 20% das mulheres em idade reprodutiva sofrem com a doença – apenas no Brasil, são 6,5 milhões. A maior queixa dessas pacientes são as fortes cólicas, sobretudo no período menstrual (dismenorreia). Dores que, em muitos casos, chegam a ser incapacitantes.

Além do desconforto em si, o problema se reflete negativamente no ânimo e na autoestima da mulher, podendo gerar quadros de estresse, ansiedade e até mesmo depressão.

Por tudo isso, é importante que a paciente adote estratégias para melhorar sua qualidade de vida e conseguir lidar com a doença de forma mais positiva. Embora nem sempre seja fácil em meio à correria do dia a dia, o ideal é separar algumas horas na semana para cultivar um passatempo, praticar uma atividade física ou, melhor ainda, as duas coisas! Se for tudo “junto e misturado”, melhor ainda, certo?

A dança é uma das práticas mais completas justamente por combinar o aspecto lúdico de uma boa diversão com os benefícios de uma atividade física. O site Endometriose e Saúde lista alguns deles: tonificação muscular, combate às gorduras extras, aumento da flexibilidade e melhora da coordenação motora, da postura, da memória e do controle da respiração.

Em entrevista ao programa Bem Estar, da Rede Globo, a pediatra Ana Escobar explica que, quando uma pessoa estressada começa a dançar, a adrenalina e o cortisol que seu organismo produziu começam a ser gastos pelo coração e pelos músculos. O corpo, então, relaxa, e o cérebro libera endorfina, dopamina e serotonina, hormônios que dão a sensação de prazer. Por isso, dançar ajuda a aliviar momentos de tensão, nervosismo e ansiedade.

Já as fisioterapeutas Thais Cardoso e Ana Paula Paes estudaram os efeitos da dança do ventre na dismenorreia primaria (quando não há patologia pélvica). Em artigo publicado na revista Fisioterapia Brasil, elas relatam os resultados de um estudo, feito em Salvador (BA), que apontou: a grande maioria das praticantes dessa modalidade “apresentou um alivio não apenas quanto à dor pélvica, mas também nos inúmeros sintomas incômodos associados a este período catamenial”.

A psicóloga Fátima Bortoletti, por sua vez, destaca a dança de salão, por seu caráter agregador. “Muitas mulheres acabam se isolando socialmente [por causa da endometriose]. Esse isolamento pode piorar os sintomas depressivos ou ansiosos”, observa, em entrevista ao site Mídia Bahia. “A dança de salão é ótima, porque promove a interação social. Mas o que importa mesmo é dançar, seja na sala de casa, em uma casa noturna ou em uma academia”, acrescenta.

Fátima reforça que a dança é uma das melhores atividades físicas para quem sofre com a endometriose. “Dançar conecta o corpo, as emoções e o cérebro. Isso porque a dança envolve a música, que ativa uma série de conexões neurais. Essas, por sua vez, fazem conexão com a parte motora do corpo. Todo esse processo estimula a liberação de hormônios, como a dopamina e a ocitocina, que geram sensação de prazer e bem-estar”, explica.

A psicóloga vai além: “O que nem todo mundo sabe é que os hormônios que a dança ajuda a liberar são mais fortes do que aqueles ligados ao mecanismo da dor. Como a dor é uma queixa muito prevalente nas mulheres com endometriose, dançar ajudar a aliviar esse sintoma, além de contribuir para a redução da ansiedade e do estresse”, ressalta.

Esperando o que para começar? Como diz a canção, dance até sem saber dançar!

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