Os adenomiomas e miomas uterinos são relativamente parecidos mas possuem diferenças importantes. O mioma uterino é mais comum e é considerado um tumor benigno, formado por células musculares e fibroblastos. os miomas podem estar mais para o interior do útero (submucosos), dentro do próprio músculo uterino (intramurais) ou mais para dentro da barriga (subserosos). Podem atingir tamanhos grandes (acima de 10 cm p ex). Os miomas submucosos usualmente estão associados com sangramento uterino excessivo e com maior chance de abortamento de repetição. Os miomas que mais impactam a infertilidade são aqueles que distorcem de alguma forma a cavidade uterina. A presença de vários miomas também pode alterar o fluxo sanguíneo do útero e dificultar a gravidez. O tratamento mais eficaz é a miomectomia – de preferência por via minimamente invasiva (laparoscópica e, mais recentemente, por via robótica).
O adenomioma é composto também por glândulas endometriais e está mais associado com a adenomiose (presença de células endometriais no interior do músculo do útero). Este tipo de tumor produz várias substâncias inflamatórias e está associado com abortamento de repetição (além de dar cólicas e sangramento uterino excessivo). Os adenomiomas uterinos podem reduzir a taxa de gravidez em mulheres submetidas à fertilização in vitro (FIV). Algumas vezes os adenomiomas podem responder ao tratamento com progesterona (p ex dienogeste ou mesmo o DIU mirena) ou com análogos do GnRH (p ex zoladex ou lupron). Muitas vezes o tratamento hormonal não é eficaz e pode ser necessária a retirada cirúrgica. Este tipo de tumor não tem planos cirúrgicos tão definidos como os miomas e a retirada adequada com preservação de um útero viável para gravidez é desafiador. Atualmente a cirurgia robótica vem mostrando muita precisão na retirada dos adenomiomas e muita qualidade de sutura para a reconstrução anatômica do útero.