Em meio ao Outubro Rosa – movimento internacional de conscientização sobre o câncer de mama –, vale abordar um dos principais mitos a respeito da endometriose: afinal, a doença causa câncer?
Em depoimento ao programa Uerj Entrevista, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, o Dr. Marco Aurelio Pinho de Oliveira respondeu à pergunta:
“Não, até porque existem várias situações que podem desencadear um câncer. Não é esse o problema da endometriose. O problema é dor, é infertilidade”, explicou.
O mecanismo das duas doenças tem similaridades no que se refere ao comportamento celular. Na endometriose, assim como no câncer, as células crescem fora de seu lugar habitual – a endometriose ocorre quando o tecido endometrial, que reveste a parede interna do útero, vai parar em cima de outros órgãos, como tubas, ovários, bexiga e intestino.
No entanto, apesar de poder atingir vários órgãos distintos e se disseminar localmente ou à distância, a endometriose é uma doença benigna. Sabe-se que a relação da endometriose com o câncer é muito pequena, em torno de 0,5% a 1% dos casos, e por isso, normalmente, não é levada em conta no tratamento.
Nenhum estudo, até o momento, conseguiu mostrar uma relação importante entre a endometriose e o câncer, ou uma evolução da endometriose para uma doença maligna. Além disso, o câncer depende de outros fatores, inclusive genéticos, para se desenvolver.
Mas a mulher deve ficar atenta. Embora, na maioria das vezes, o crescimento desordenado das células, na endometriose, não traga consequências mais graves, acaba provocando muitos incômodos, como dor durante as relações sexuais, cólica menstrual intensa e infertilidade.
É preciso observar os sintomas, procurar orientação médica e, caso constatada endometriose, fazer o tratamento correto. Mulheres com a doença podem ter mais qualidade de vida, com redução dos sintomas dolorosos e, em muitos casos, retorno da fertilidade.
Outras fontes: Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE), Site Drauzio Varella